POÇO DO CAVALO
De vereda em vereda, vinham pelas margens do rio, tocando o gado e abrindo caminhos. Seguiam às vezes, Léguas entre virgens caatinga, esse trajeto durou anos, as travessias eram péssimas,devido a falta de estradas, na épocas das chuvas tudo ficava difícil, porque o que era terra desaparecia em forma de lama e em porças de água, não haviapontes nos rios e a estagnação era completa. Os viajantes valiam-se de seus burros e cavalos. Quando encontravam um lugar mais a jeito, isto é, um terreno plano, terra de boa qualidade e provida de água aí, os pioneiros se arranchavam.
Foi assim que aconteceu em 1874, quando um casal Joaquim Lopes Ribeiro e Maria Lopes Ribeiro, aqui chegaram e construíram família precursora do povoamento local. O terreno era de difícil acesso e ali foi feito a derrubada, a machado, preparando a área para a construção da sua casa, a primeira residência, e iniciando ali as primeiras plantações. O trabalho nesta época era totalmente braças, cultivando o que era possível palntar na região.
Denominou-se o lugar "Sítio Poço de Cavalo", porque ali existia um poço feito naturalmente pelas cheias do rio. Assim chamado, porque os tropeiors que ali passavam paravam para dar banho e água aos cavalos. A residência do casal passou a ser hospedeiro dos viajantes que por lá passavam para repousar e fazer negócios, dessa forma, servia de Orientação e de abrigo aos forasteiros que ali abicavam em trâsito com destinos a outros lugares.
Joaquim Lopes Ribeiro casado com Maria Lopes Ribeiro, ocupou terras onde se encontrava a cidade de Ibiara. O governador da Capitania da Paraiba concedeu-lhe uma sesmaria na data Deus te ajude no deserto, com posse firmada no lugar denominado "Poço do Cavalo".
A Sra. Maria Lopes Ribeiro, nasceu também na região de missão Velha, Ceará, no ano de 1818, descendente de portugueses, caso - se com Joaquim Lopes Ribeiro, com 17 anos. Tiveram doze filhos e enorme descendencia.
Tendo como filhos:
Maria Lopes Ribeiro;
Ana Lopes Ribeiro;
Jacinto Lopes Ribeiro;
Antonia Lopes Ribeiro;
Manoel Inácio Lopes
João Lopes Ribeiro;
José Lopes Ribeiro
Carlota Lopes Ribeiro
Izídio Lopes Ribeiro;
Carlos Lopes Ribeiro;
Joaquina Maria Lopes;
Firmina Lopes Ribeiro;
Falar de "Poço do Cavalo" e de Joaquim Lopes Ribeiro, é tambem falar de João Rodrigues dos Santos e seus descendentes. Fanmilia de origem Portuguesa, que em meados do século XIX, vindos do Céara, chegam e fundaram um povcoado ao qual deram o nome de conceição, em honra a Nossa Senhora da Conceição Santa de sua devoção. Em sua homenagem constituiram uma capela.
João Rodrigues dos Santos, casou - se com Izabel Ferreira Leite, membro de familia vinda da Bahia que fixou residência em Piancó. O casal teve dez filhos entre eles: Maria Rodrigues dos Santos França Leite que se casou com Aleixo Pinto Ramalho, o qual era descendente direto de João Ramalho(bandeirante Português). Este casal teve dez filhos, dentre eles: Pedro Pinto Ramalho. Assim, Pedro Pinto Ramalho era neto de João Rodrigues dos Santos e descendentes de João Ramalho, o qual relataremos agora um pouco de sua vida.
Em 1512, chegou ao Brasil, um naufrago português por nome de João Ramalho. Este foi um grande colaborador de Martim Afonso de Sousa, no primeiro núcleo de colonizador dos nossos índios, na ilha de São Vicente, em 1532. Devido a sua valiosa ajuda de Martim Afonso, este o fez Capitão - Mor.
Conhecedor profundo da região indigena, foi considerado o primeiro bandeirante após fundar a Vila da Piratininga - São Paulo. Casou - se com a índia Bartira(flor) filha do chefe indio Tibiraçá, tendo assimilado is costumes indigenas, inclusive a poligamia, tornou - se pai de enorme familia. E assim tivera naquelas terras, Aleixo Pinto Ramalho, descente direto de João Ramalho e consequentimente, Pedro Pinto Ramalho. Este quando aqui chegou, fez plantio de milho, feijão e batata, fixando morada com sua familia nas terras "Deus te ajude no deserto", do seu avô João Rodrigues dos Santos.
Pedro Pinto Ramalho casou - se com teodolina Ramalho, tendo os seguinte filhos:
Osório Pinto Ramalho;
José Pinto Ramalho; (Cazuza)
Antonia Pinto Ramalho;
Porcina Pinto Ramalho;
Maria Pinto Ramalho;
Edvirgem Pinto Ramalho;
Esses bravos homens travavam batalhas com índios Cariris e Tapajós, que ocupavam a região, é assim foi se dando o povoamento.
A localidade então começõ a ser povoada, pois outras famílias, vieram juntar - se a essa, formando um pequeno arraial.
Joaquim Lopes Ribeiro e Pedro Pinto Ramalho eram muito amigos e chegaram até a ser compadres.
Joaquim, homem de boa índole, pessoa devota a Deus, permitiu não só que sua casa servisse de pousa para aqueles que com enorme sacrificio e dificuldades enfrentavam as dificeis perigosas estradas, para ali chegar trazendo mercadorias como também as novidades da moeda, da politica... Mas também, esses viajantes procedentes de longas distâncias ao trazerem seus produtos retornavam levando os desta terrae outras terras.
As noites na casa de Joaquim L. Ribeiro eram animadas, em volta do oratorio faziam suas orações à Deus. Enestas ocasiões, o ambiente foi se tornando pequeno para comportar o numero de pessoas, por esta razão, ele ergueu um cruzeiro, no qual, passaram reunir para fazerem suas celebrações.
Sua casa era simples, e pequena e feita para fazerem suas celebrações, o mesmo construiu outra parte de tijolos, circulada de um grande alpendre com bancos feitos de forquilhas, havia muitas plantas e roseiras cultivadas por suas filhas, além de tirnos feitos de madeira, que serviam para tropeiros depositarem ali suas selas. Localizava - se próxima as margens do rio, onde os tropeiros dava banho e água a seus cavalos. Existia também no "Sitio Poço dos Cavalos", um enorme curral de gado e ao seu redor uma plantação de milho.
Na região encintrava - se uma vasta floresta, inclusive madeira de lei, como: cedro aroeira, pau d`arcos e outros.
As famílias residentes nesta localidade, enfrentaram uma dura vida de luta e muito sacrificio, animais selvagens, longos períodos de seca, inclusive a seca de 1877, que foi a maior do sertão, além de doenças como as epidemias, porém resistiram bravamente. Essa brava gente, soube lutar contas todas as adversidades surgidas, superando os problemas e obstáculos, ao longo do tempo, tendo em vista um futuro venturoso e próspero.
Assim, se deu o inicio da história do nosso municipio, com a chegada dos primeiros moradores já mencionados neste documento, os quais viviam dos centros mais adiantados e no entanto, souberam lutar contra todas as diversidades surgidas sem nunca esmorecer. Naturalmente, havia a epoca de bonança fartura e algo fundamental que não lhes faltava: A inabalável fé em Deus.
Foi fundado nesta fé que no ano de 1891, tiveram a ideia de construir um templo apropriado para suas orações e em forma de multirão, trabalharam incansavelmente, não levou muito tempo e no ano seguinte, em 1892, estava concluida a capela de nossa senhora esmero, desde o alicerce. Logo depois de construir a capela, Joaquim Lopes Ribeiro, resolveu ir ao Recife enfrentando uma viagem dificil, pois naquela epoca, não existia ourto meio de transporte, a não ser o lombo do animal, para comprar uma imagem de Santa Maria e um sino, este mesmo que ainda hoje continua na torre da igreja matriz, que toca um som divinal chamando os fieis para oração.
Retornado ao "Poço de Cavalo", trazendo as encomendas preciosas, Joaquim Lopes Ribeiro, dividiu com seu amigo Pedro Pinto Ramalho, as despesas da viagem que importou em 20 mil reis, ali foi feita a entrega da santa.
Com benção da capela em 12/10/1892, a localidade de "Poço de Cavalo" e o rio do mesmo nome, passaram a serchamados de "Santa maria", tanto o arraial como o rio, esta foi uma ideia nobre de Joaquim Lopes Ribeiro, acatada por todos os moradores.
SANTA MARIA
Com a construção da capela, o senhor Joaquim Lopes Ribeiro doou ao patrimônio de Nossa Senhora uma faixa de terra medindo 50 braços de amobos os lados, para a realização da feira livre. Afeira era realizada no domingo, na qual vendia - se feira de 60. Os comerciantes iam o Triunfo - PE, para trazer as mercadorias que vinham de no lombo de animais, depois passaram a comprar em Serra Talhada - PE, e por ultimo Campina Grande - PB, a primeira feira livre foi realizada em 1893.
Joaquim Lopes Ribeiro faleceu em 29/12/1895 em sua casa e foi sepultado na capela do povoado de Santa Maria, onde hoje se encontra a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário.
Nesta epoca, havia poucas casa onde hoje encontra - se o centro da cidade.
Com o nome de Santa Maria pertencendo ao municipio de Conceição, o Distrito foi criado em 8 de Abril de 1896, pelo Decreto - Lei municipal de "numero" 05 e na divisão administrativa de 1911, figurava ainda o Distrito com o nome de Santa Maria.
No dia 02 de Agosto de 1905, foi criado o cartório distrital de Santa Maria, tendo como primeiro escrivão João Lopes Ribeiro (descendente de Joaquim Lopes Ribeiro).
O senhor Ozório Pinto Ramalho, residente da localidade, iniciou em 1913, a construção do açude existente em nossa cidade, saida para Diamante.
Naquela epoca, não existia carrinho de mão, e segundo relatos do seu neto (o senhor Nelson Ribeiro Lopes), Osório empleitou a obra com o pai o do Dr. Nelson Ribeiro Lopes, por uma quantia de 3 contos de Reis, terminando a construção com suas propria mãos, usando couro de boi para carregar a terra que eram conduzidas por outro boi.
No ano de 1924, Santa Maria foi elevada a categoria de Vila.
Foi instalada a Agência dos Correios, que teve como primeiro funcionário o Sr. Zeca Manin.
O primeiro telefone foi instalado na Agência de Correios que teve como funcionaria a Sra. Toinha Mangueira ( Avó do atual prefeito Nailson Ramalho). A aência funcionava onde hoje é a residência do Sr. Prefeito Nailson Ramalho.
De acordo com informações obtidas através de conversas informais em 1932, havia um Pronto Socorro e maternidade nas terras hoje pertencentes a Afonso Kerly, que servia para tratar as endemias surgidas na epoca e tempos depois foi instalada a primeira casa de Saúde que teve como nome "Casa de Saúde São Vicente de Paula", que teve como primeiro Diretor o Sr. Manoel Basilio de sousa.
No ano de 1937, a capela teve sua primeira reforma e já tinha como Padroeira Nossa Senhora do Rosário. Segundo entrevistas realizadas com pessoas mais velhas. A professora Armênia Siqueira Campos, natural de João Pessoa - PB, casada com o senhor Teles Ramalho, que residia e lecionava em Santa Maria, foi um grande contribuinte na reforma da Capela, pois, trabalhava na capela organizando o coral e festas com seus grupos de alunos para arrecadar recursos em prol da ampliação da Capela.
No decorrer dos tempos, conta - se que na década de 40, houve uma grande corrida pelo ouro nas terras denominadas "Chorão". E que este fato só falta só deixou de acontecer porque houve um acidente no local, com morte.
No ano de 1952, depois de ampliações e reformas, e prevendo que o local seria pequeno para aquela população que cescia aceleradamente, resolveram derrubar a capela e construir no mesmo lugar uma igreja. Aconstrução foi feita pelo pernambucano conhecido como Mestre João Teles, trazido por Afonso Kerly da cidade de Araripina - PE, ficando assim o povoado com uma bela igreja ( hoje o cartão postal da cidade). A nossa cidade teve como primeiro vigario o Padre Antônio de Sousa Sobrinho.
Segundo relatos, a maior festa de Santa Maria era o natal, com a celebração da Missa, dança que se realizava mais ou menos onde acontece atualmente numa palhoça onde havia pessoas tocando zabumba, sanfona..., e barracas com comidas tipicas, entre elas: O doce seco, e o chourisco.
Nesta epoca, obedecendo ao Decreto - Lei, "numero" 530 de 31/12/1943 que proibia nomes idênticos de localidades, de uma vez qu no Rio Grande do Sul, já existia uma cidade como o nome de Santa Maria e sob força do Decreto - Lei estadual de "numero" 520 o nome de Santa Maria foi mudado para Ibiara. Pesquisas apontam no inicio do povoado de Santa Maria, vinham professores de cidades vizinhas, como Conceição, alfabetizar as crianças. Algumas particulares como a atual professora Adalgisa Cunha Ramalho, na década de 30. Merece destaque as professoras: Eunice Rodriques de Moura, Marluce Ramalho da Silva, Armênia Siqueira Campos, Alice Leite, Terezinha Alves Palitot, Paula Moura, Aldenora Almeida, Dacinete Lopes Ribeiro, Ceci Badú de Sousa, Maria Naide Ramalho, Maria Rodrigues de Góes, Maria Arruda, Deusedete Feitosa, Cantalia Palitot, Terezinha Badú, Paula Ribeiro, Maria Ivonete Vieira Rodrigues, Maria Alves de Alencar Ramalho, Maria Nunes de Moura, entre outras. A todas as professoras ibiarenses citadas ou não, o nosso afetuoso abraço.
No ano de 1952, foi construida a primeira escola estadual, por nome de Grupo Escolar França Leite.
Tendo em vista seu desenvolvimento sócio - econômico, surgiram movimentos em prol da sua emancipação politica.
